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Not Me thai drama review
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Not Me
A 0 usuarios les ha parecido útil esta reseña
by Apaixonada por BL
mar 30, 2024
14 of 14 episodios vistos
Visto
Global 9.5
Historia 9.5
Actuación/Reparto 10.0
Música 10.0
Volver a ver 10.0
This review may contain spoilers

Subiu o nível de forma surreal

Esse BL tem tantas camadas que é difícil definir por onde começo a falar. Dona GMMTV realmente deu o nome e o sobrenome nessa série, que com certeza foi uma divisora de águas na indústria BL tailandesa, estou citando a GMM pois é a produtora que mais vi passar pano para falas condenáveis e atitudes desprezíveis nos últimos anos.

Como eu já disse, existem muitas camadas, muita coisa acontecendo, mas o foco central está na crítica social explícita e no romance de Off e Gun. Claro que em volta deles existe um universo de situações se desenrolando, mas todas elas estão envoltas neles de alguma forma, e nada fica desfocado, todos os assuntos são tratados de forma crítica, mas com respeito e atenção. A história parte da amizade entre 5 jovens que unem de forma deveras "anarquista" para lutar contra o sistema, cada um com suas motivações pessoais, que quando somadas formam o maior ideal da vida deles: Black; Sean; Gram; Yok; Gumpa.
Com exceção de Gumpa, que é o mais velho, todos são universitários de cursos na área do direito ou de ciências humanas/políticas, justamente pelo viés ideológico que esses cursos podem alimentar em pessoas militantes não importa de que área. Até mesmo as personagens secundárias da universidade, como Eugene, que utiliza arte corporal para fazer seu protesto, e Nuch, a garota trans que sabe que precisa lutar por seus direitos, mas espera fazer isso dentro das leis e por isso quer modificá-las, bem como Namo e Dan, grafiteiros que lutam e denunciam as injustiças sociais através de seus desenhos, mesmo sendo eles de universos diferentes. Digamos que a parte privilegiada nessa luta de classes, é representada por Tawi, rico, poderoso, que concentra seus esforços em explorar pessoas pobres e cometer crimes. A parcela do meio, são as pessoas que não estão no topo, algumas inclusive são pobres e carentes de políticas públicas , que sabem que o que está acontecendo é errado, mas preferem se vender para quem pagar mais ou fingir que não estão vendo nada por medo das coisas ficarem piores do que já são, assim como a mãe de Black, possivelmente o pai de Sean, a mãe de Yok,

Desses eu gostaria de citar alguns. Comecemos com Black e White. Não sei como funcionam as leis de guarda filial na Thai, mas não consigo aceitar a forma como mostram... nesse caso, pais de gêmeos se separam, e cada um leva um filho para que eles nunca mais se vejam, que p**** é essa?
Enfim, os dois pais ficaram em países diferentes, e os filhos foram criados em ambientes totalmente distintos. White cresceu na Rússia com seu pai diplomata, onde foi educado para ser seu sucessor, onde o mundo que ele conhecia era perfeito, com exceção da ausência de seu irmão. Black cresceu na Thai com uma mãe juíza, que de tanto conhecer o sistema sabia que não era fácil lutar contra ele, e por isso mesmo não o fazia. Black cresceu revoltado com as injustiças e diferenças sociais, mesmo sendo nascido em berço de ouro. Não senti maldade nele quando ele tentou separar White e Sean, senti apenas que ele sabia da escuridão de seu mundo, das dificuldades, e não queria uma vida difícil para seu irmão. Na história deles, o que me pegou de fato foi o sumiço do pai deles da vida de White, ficou faltando uma explicação de para onde White fingiu ir, sei lá, o pai simplesmente ia deixar ele sumir assim? Outro ponto legal, foi ver que ao final Black entendeu que deveria deixar Eugene seguir sem ele, já que ele não poderia dar o amor que ela precisava.

Sean: Estudante revoltado com a morte de seu pai pela polícia, que alegou que ele era um traficante e o matou, deixando nele um ódio ao estado e aqueles que deveriam proteger os cidadãos. Ele não pensa de forma muito racional, permite que o ódio o cegue. Fiquei um pouco perdida quando o romance entre ele e Black surgiu, eu realmente não acho que o desenvolvimento foi adequado. Também fiquei pasma quando ele e Gumpa afirmaram que já sabiam que White não era Black, juro que não percebi nem as desconfianças deles, isso pra mim foi um plot twist.

Yok não tem pai, vive com sua mãe que é PCD, ela é muda e já um pouco idosa e sofre muito com o preconceito, com a problemática de entrar em no mercado de trabalho. Yok retrata sua arte através das telas, ele pinta o mundo como ele o vê, com suas dores, problemas e renúncias. É assim que ele conhece o grafiteiro Dan, e posteriormente se apaixona mesmo sabendo que ele na verdade é policial, mas um policial que não acredita no sistema. A dor que Dan carrega, por ter assassinado o pai de Sean, nos mostra a dimensão humana que ainda pode ser encontrada dentro do sistema, que nem todos são maus e injustos, que pessoas ainda tem sentimentos bons.

Essa série traz cenas preciosas e históricas, como a cena do primeiro grande protesto, o desfile LGBT+, a passeata embaixo da bandeira, tudo com tanto simbolismo quanto o momento em que os manifestantes soltam os presos de Tawi. A atuação nessa série é impecável, e devo dizer que Off e Gun subiram o nível de atuação de forma esmagadora. Tem defeitos? Sim, claro que se aluta era por justiça e gostaria de ver Tawi atrás das grades, Todd preso, o pai de Sean inocentado, mas creio que a série quis passar uma mensagem mais real, pois infelizmente a impunidade está longe de acabar, a luta não para jamais. Quem sabe essa não é a deixa para uma nova temporada algum dia?

No meio de todo o quebra-quebra, os casais entregaram química e cenas belíssimas. Fotografia e ost impecáveis, aspectos técnicos sem defeitos. Definitivamente um dos meus preferidos que sempre vou panfletar, uma das bíblias para qualquer blzeiro.

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